As quatro hipóteses de escrita

Segundo Ana Teberosky e Teresa Colomer, o desenvolvimento "ocorre por reconstruções de conhecimentos anteriores, dando lugar a novas construções". A aquisição da escrita também parte desse pressuposto e é a partir dele que Ana Teberoski e Emília Ferreiro pesquisaram e diagnosticaram as quatro hipóteses de escrita.

• Pré-silábico: Neste nível a criança ainda não percebe a escrita como representação do falado. Possui dois níveis: no primeiro diferencia o desenho da escrita e no segundo entende que é preciso uma quantidade mínima de letras e uma variedade das mesmas para escrever uma palavra. Geralmente repete letras de seu nome de forma aleatória.
• Silábico: O falado e o escrito já se correspondem, mas a criança atribui a cada parte do falado uma letra escrita. No silábico sem valor sonoro, escreve uma letra qualquer para cada sílaba, e no silábico com valor sonoro cada letra representa um dos sons da sílaba.
• Silábico-alfabético: Ora escreve atribuindo uma letra para cada sílaba falada, ora escreve baseando-se em cada fonema.
• Alfabético: Cada fonema pronunciado tem representação escrita e aparecem erros ortográficos.

Vale lembrar que cada criança evolui na construção das hipóteses em seu ritmo, podendo levar dias ou meses. Telma Weisz frisa que o erro ortográfico na alfabetização é sinal de avanço. Quando a criança copia uma cantiga, por exemplo, e aparecem erros ortográficos, significa que a criança não está copiando letra por letra, mas lendo e reescrevendo blocos de palavras com sentido. Podem aparecer também, a hipo e a hipersegmentação, respectivamente, a falta e o excesso de espaços entre as palavras.
Uma planilha interessante para o registro das hipóteses é esta abaixo, desenvolvida pela Oficina Pedagógica da Secretaria Municipal de Franco da Rocha.

Esta outra está disponível no site da Revista Nova Escola: